Resiliência é uma daquelas palavrinhas da
moda, vista como uma característica muito positiva e que se torna motivo de
orgulho para muita gente. Existe uma extensa literatura a respeito do tema,
principalmente a literatura de auto ajuda ou motivacional. Podemos defini-la
como a capacidade que uma pessoa tem de enfrentar e superar as adversidades.
Quanto mais resiliente uma pessoa é, mais recursos internos ela tem para
transpor as dificuldades da vida, mais forte e capaz ela é. Só que não...
Em se tratando de emoções, nada é tão preto e
branco assim. Acontece que essa tal de resiliência pode ter um efeito muito
perverso sobre o equilíbrio emocional de muita gente. Ser “forte”, aguentar muita coisa durante muito tempo, nem sempre é uma boa ideia. Às vezes,
fraquejar, desistir, desmoronar ou até mesmo impor limites para uma situação
difícil pode ser justamente a nossa salvação. Pode ser a possibilidade de
recomeçarmos a nossa vida de uma forma mais equilibrada e mais saudável, seja porque
fomos atrás de ajuda ou porque conseguimos finalmente reconhecer algo que só
nos fazia mal: um relacionamento, um emprego, uma função, uma responsabilidade,
um lugar.
No fundo, algumas pessoas precisam aprender a
ser menos “resilientes” e mais capazes de aceitar suas vulnerabilidades e suas
dores. O sofrimento diminui e se torna menos traumático, porque procuramos
soluções mais cedo para as dificuldades e os sofrimentos.
Ser resiliente de verdade,
ou seja, ter a capacidade de lidar com problemas, de adaptar-se a mudanças, de
superar obstáculos ou de resistir à pressão só é possível quando vem
acompanhada do pleno reconhecimento das nossas fragilidades e limites.
Vamos seguir pelo caminho
do meio...
Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário