sábado, 28 de outubro de 2017

Essa tal de Resiliência...




Resiliência é uma daquelas palavrinhas da moda, vista como uma característica muito positiva e que se torna motivo de orgulho para muita gente. Existe uma extensa literatura a respeito do tema, principalmente a literatura de auto ajuda ou motivacional. Podemos defini-la como a capacidade que uma pessoa tem de enfrentar e superar as adversidades. Quanto mais resiliente uma pessoa é, mais recursos internos ela tem para transpor as dificuldades da vida, mais forte e capaz ela é. Só que não...

Em se tratando de emoções, nada é tão preto e branco assim. Acontece que essa tal de resiliência pode ter um efeito muito perverso sobre o equilíbrio emocional de muita gente. Ser “forte”, aguentar muita coisa durante muito tempo, nem sempre é uma boa ideia. Às vezes, fraquejar, desistir, desmoronar ou até mesmo impor limites para uma situação difícil pode ser justamente a nossa salvação. Pode ser a possibilidade de recomeçarmos a nossa vida de uma forma mais equilibrada e mais saudável, seja porque fomos atrás de ajuda ou porque conseguimos finalmente reconhecer algo que só nos fazia mal: um relacionamento, um emprego, uma função, uma responsabilidade, um lugar.

No fundo, algumas pessoas precisam aprender a ser menos “resilientes” e mais capazes de aceitar suas vulnerabilidades e suas dores. O sofrimento diminui e se torna menos traumático, porque procuramos soluções mais cedo para as dificuldades e os sofrimentos.

Ser resiliente de verdade, ou seja, ter a capacidade de lidar com problemas, de adaptar-se a mudanças, de superar obstáculos ou de resistir à pressão só é possível quando vem acompanhada do pleno reconhecimento das nossas fragilidades e limites.


Vamos seguir pelo caminho do meio...

Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS


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