sábado, 28 de outubro de 2017

A REALIDADE É RELATIVA



Aquilo que chamamos de realidade é completamente influenciada pelas emoções despertadas pela situação. Às vezes, podemos enfrentar um grande problema com pouco sofrimento. Outras vezes, um pequeno problema pode gerar muito sofrimento. E isso vai depender das feridas emocionais prévias que todos carregamos internamente. Se a situação que está na nossa frente tocar em uma destas feridas, nossa resposta emocional virá carregada por essa ferida. É o que chamamos na Psicologia de COMPLEXO. 

Nossos complexos emocionais nos fazem repetir padrões de resposta diante dos acontecimentos, como se uma entidade tivesse “baixado” em nós e nos possuído. O complexo turva a nossa visão e nos faz enxergar a realidade a partir da sua ótica. Isso acontece com todo mundo, de forma autônoma e inconsciente. Por isso a importância de tomarmos consciência de tudo aquilo que sentimos em profundidade, para não ficarmos repetindo padrões de resposta e vivermos nossa vida pessoal de forma distorcida, repetitiva e reduzida ao passado e ao sofrimento que ele produziu.

Ao nos deparamos com reações, fatos ou problemas repetitivos, tomenos como um sinal de que há um complexo ativo que precisa ser conscientizado e trabalhado, e de que também existe um caminho alternativo, ou uma outra realidade possível para aquilo que estamos enfrentando.


Precisamos relativizar sempre o nosso olhar. Essa é uma premissa básica tanto para o mundo real quanto para o mundo virtual.

Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS

Não somos aquilo que nos aconteceu...



Nossa história pessoal é muito importante, mas não por possuir um poder determinante sobre a nossa vida. Os fatos que aconteceram, e que continuam acontecendo, tem a função de nos mostrar a sombra, ou seja, aqueles aspectos de nós mesmos que precisam ser integrados e que são inconscientes (ou semiconcientes): insegurança, rejeição, abandono, menos valia, auto sabotagem, agressividade destrutiva, culpa, competitividade, desejo de poder, vaidade, narcisismo, materialismo, imaturidade... Aspectos que nos fazem sentir frágeis e confusos diante da vida, fruto da nossa ignorância em relação a todo potencial que carregamos dentro de nós. 

Assim, tudo aquilo que acontece ou aconteceu vai na medida da necessidade do nosso desenvolvimento e serve como um GPS da Alma, um instrumento de localização que nos mostra onde estamos em relação ao que realmente somos. Essa consciência precisa ser bem enraizada para não permanecermos psicologicamente infantis, identificados com o eu-criança, levando uma vida reduzida à frustração e ressentimento, e com baixíssimo nível de realização pessoal. 

Cada um de nós possui um universo dentro de si, com infinitas possibilidades para criar e estar no mundo. Não é preciso se reduzir ou se aprisionar aos acontecimentos. Nós não somos aquilo que nos aconteceu. Nós somos aquilo que decidimos nos tornar.


Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS

REF: Pássara Franklin Seixas - Projeto Terra de Rudá 

O Nascimento como Fronteira



O nascimento é uma fronteira. Nascer é perceber que existe fronteira entre o eu e o outro. Quem conhece as suas fronteiras, quem estabelece limites entre o eu e o mundo, passa a conhecer mais sobre si mesmo e também sobre o próprio mundo.

Será que nós conhecemos quais são as nossas potências e quais são as nossas impotências? Será que quando entramos em um projeto, em uma equipe para trabalhar, nós temos conhecimento daquilo que não sabemos? Será que nós sabemos pedir ajuda para as outras pessoas? Será que nós temos clareza dos nossos limites enquanto pai e mãe, enquanto companheiro(a), enquanto amigo(a)?

Quanto mais pudermos olhar para os nossos limites, mais vamos perceber que somos absolutamente humanos, cheios de qualidades e defeitos, e mais vamos dar permissão para que os outros também errem, também observem sua própria humanidade e reconheçam seus próprios limites.

Essa é a base (e o ponto de partida) para a construção de relacionamentos baseados na empatia, na conexão, no vínculo amoroso e na parceria. Quem reconhece seus limites, consegue reconhecer os limites do outro, tem plena consciência das suas potências e impotências e sabe dizer não. A autoestima melhora e as relações tornam-se mais prazerosas e produtivas para todos os envolvidos.


E você, já nasceu?


Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre

Essa tal de Resiliência...




Resiliência é uma daquelas palavrinhas da moda, vista como uma característica muito positiva e que se torna motivo de orgulho para muita gente. Existe uma extensa literatura a respeito do tema, principalmente a literatura de auto ajuda ou motivacional. Podemos defini-la como a capacidade que uma pessoa tem de enfrentar e superar as adversidades. Quanto mais resiliente uma pessoa é, mais recursos internos ela tem para transpor as dificuldades da vida, mais forte e capaz ela é. Só que não...

Em se tratando de emoções, nada é tão preto e branco assim. Acontece que essa tal de resiliência pode ter um efeito muito perverso sobre o equilíbrio emocional de muita gente. Ser “forte”, aguentar muita coisa durante muito tempo, nem sempre é uma boa ideia. Às vezes, fraquejar, desistir, desmoronar ou até mesmo impor limites para uma situação difícil pode ser justamente a nossa salvação. Pode ser a possibilidade de recomeçarmos a nossa vida de uma forma mais equilibrada e mais saudável, seja porque fomos atrás de ajuda ou porque conseguimos finalmente reconhecer algo que só nos fazia mal: um relacionamento, um emprego, uma função, uma responsabilidade, um lugar.

No fundo, algumas pessoas precisam aprender a ser menos “resilientes” e mais capazes de aceitar suas vulnerabilidades e suas dores. O sofrimento diminui e se torna menos traumático, porque procuramos soluções mais cedo para as dificuldades e os sofrimentos.

Ser resiliente de verdade, ou seja, ter a capacidade de lidar com problemas, de adaptar-se a mudanças, de superar obstáculos ou de resistir à pressão só é possível quando vem acompanhada do pleno reconhecimento das nossas fragilidades e limites.


Vamos seguir pelo caminho do meio...

Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS