quinta-feira, 20 de julho de 2017

Deixe que a Vida seja!





Nós temos a necessidade de criar rótulos para tudo o que sentimos e percebemos, e para todas as experiências que vivenciamos. E isso acaba por acarretar um conflito quase ininterrupto com as pessoas e as situações.
No entanto, isso é apenas um hábito. E, como todo hábito, ele pode ser mudado. Não é preciso fazer nada. Basta aceitarmos, sem resistências, sem julgamentos, tudo aquilo que se apresenta diante de nós. 

Para isso, precisamos nos dar conta da fugacidade da vida. Precisamos nos dar conta que nada nem ninguém pode nos oferecer algo que tenha um valor permanente. Nós continuamos a conhecer pessoas e a se envolver em experiências e atividades, mas sem os apegos, desejos e medos do nosso próprio ego. Simplesmente, paramos de exigir que as pessoas, situações, lugares ou fatos nos satisfaçam ou nos façam felizes. 

Não é uma questão de "aproveitar o momento", como se diz. É uma questão de ACEITAR o momento, tal qual ele se apresenta, partindo do princípio que tanto a luz quanto a sombra fazem parte da vida e são completamente necessárias para o nosso crescimento e amadurecimento psicológicos.

Ao aceitarmos aquilo que se apresenta, a pergunta "mas POR QUE isso foi acontecer comigo?" cede lugar para as perguntas "mas PARA QUE isso foi acontecer comigo?", "para onde isso me leva?", "O que preciso desenvolver em mim mesmo que eu ainda não desenvolvi?".

No lugar do conflito, surge a paz interior e um nível infinitamente mais profundo de percepção e compreensão, tanto em relação a nós mesmos, quando em relação às pessoas e às situações ao nosso redor. Damos um verdadeiro salto de qualidade!


Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831

(Para atendimento clínico na cidade de Porto Alegre, favor mandar email para meldeluz@hotmail.com ou entrar em contato através do messenger do facebook)


Ref: TOLLE, Eckhart. O Poder do Silêncio. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.

sábado, 8 de julho de 2017

Keep Calm and Encare seus demônios!!!





O Dr. Bruce Banner é um cara bem legal. É um cientista brilhante e um dos maiores especialistas do mundo em física nuclear. É normalmente amigável e simpático. Mas Bruce tem um problema: quando fica com raiva, transforma-se em uma gigantesca criatura verde, irada, que sai quebrando tudo que vê pela frente. Ele se torna o Incrível Hulk, das histórias em quadrinhos e dos filmes.

Bruce é um personagem da ficção, mas todos nós temos algo em comum com ele. Carregamos, dentro de nós, emoções e pensamentos negativos, que podem se tornar muito destrutivos, se não olharmos para eles com cuidado. O psicanalista Carl G. Jung chamou essa área de "sombra". São nossos monstros internos. Eles têm um potencial enorme para sabotar nossos planos e relacionamentos, e de nos deixar confusos e isolados.

Todos nós nascemos com um lado claro e um lado escuro, como o Dr. Bruce. Isso faz parte do que é ser humano. Acontece que nossa consciência não quer saber muito disso. Nós não lidamos muito bem com esse nosso lado sombrio, porque ele nos envergonha, traz culpa, medo. Preferimos varrer tudo para debaixo do tapete, ou seja, deixar que tudo permaneça inconsciente. Isso acontece através de um processo chamado "dissociação". Aquilo que não conseguimos aceitar separa-se do resto da nossa psique, e vai para o inconsciente. E então, acontece uma outra coisa que chamamos de “projeção”, ou seja, os conteúdos que não conseguimos reconhecer em nós, passamos a enxergar do lado de fora, nas outras pessoas. E é aí que começam os conflitos. Passamos a nos irritar profundamente com o outro, pois o outro representa aquilo que não conseguimos reconhecer em nós mesmos.

O fato é que não fomos treinados para lidar com a nossa sombra; por isso que é tão difícil reconhecê-la e aceitá-la. Fomos ensinados a reprimir e a temer o lado obscuro da vida. Por exemplo, quem já não ouviu, quando criança, que era errado sentir raiva, medo, ansiedade, desejo? E aí crescemos sem ferramentas internas para lidar com as nossas emoções.

No entanto, nossos sentimentos e emoções são legítimos, e precisamos legitimá-los. Precisamos lembrar que nenhum sentimento, nenhuma emoção, nenhum impulso que possamos sentir é errado. Nós não temos o controle sobre isso. Na verdade, o problema não são eles, mas o que fazemos com eles. Nossos monstros internos são nossos grandes professores, pois nos mostram aquelas questões que nos afetam mais profundamente e que, por isso, precisamos olhar e transformar para voltarmos a nos sentirmos novamente inteiros e em harmonia com a vida. Se passarmos a enxergar nossos impulsos inconfessáveis como nossos professores - Jung os chamava de "sparring", o parceiro do treino de boxe -, poderemos transcendê-los e aí, e só aí, eles perderão força. Ficarão menos assustadores, menos asquerosos. Poderemos até usa-los para fins criativos, como o Dr. Bruce fez.


Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831

(Para atendimento clínico na cidade de Porto Alegre, favor mandar email para meldeluz@hotmail.com ou entrar em contato através do messenger do facebook)

sábado, 1 de julho de 2017

A Realidade que se Manifesta




Existe uma batalha que acontece dentro de nós. Essa batalha é travada todos os dias. Várias vezes ao dia.
É a disputa entre o que acontece e aquilo que a gente gostaria que acontecesse. Nossa mente é muito ativa. E ela pensa muita coisa. Ela cria cenários. Cria expectativas, enxerga o futuro e nos faz preparar para ele.
Mas a verdade é que na grande maioria das vezes, o que se manifesta na nossa frente, não é aquilo que tínhamos imaginado.
A realidade que se apresenta não é igual à realidade que imaginamos. E esse desencontro entre essas duas realidades é o que causa o sofrimento.
É o que acontece quando não aceitamos o que se manifesta na nossa frente.
É o que sentimos quando ficamos presos no trânsito, quando alguém atrasa, quando alguém reage de forma diferente daquela que a gente esperava, quando recebemos uma crítica, quando o sol vai embora e fica frio, quando as coisas demoram para acontecer, ou quando simplesmente não acontecem.
A mente racional é muito limitada para compreender a vida e compreender o todo. E isso faz com que seja difícil de aceitar que aquilo que está se manifestando na nossa frente é o melhor para nós.
Então precisamos observar mais. Observar mais e classificar menos como certo ou errado, bom ou ruim. Observar e aceitar que aquilo que está se manifestando na nossa frente é exatamente o que precisamos viver.
E o que vamos fazer com essa realidade que se manifesta é o que vai determinar o que pode acontecer depois. O futuro é co-criado no agora. A forma como lidamos com o que se apresenta para nós, vai nos fazer entrar numa espiral de sentimentos negativos, preocupação, medo e raiva. Ou numa espiral ascendente de aceitação, aprendizado, até o ponto de conseguirmos sentir gratidão pelo que aconteceu.
E quando percebemos isso, vemos quanta pretensão tínhamos de querer que as coisas fossem do nosso jeito, no nosso 'timing' e que as pessoas se comportassem do jeito que gostaríamos.
A vida é muito grande. As pessoas são universos complexos, e existe um desdobramento para tudo.
O fluxo da vida já está acontecendo. Nós só precisamos saber aceitar e parar de interromper.
Observe como você tem reagido ao que se manifesta. Aceite o que se manifesta e veja a forma como sua vida passa a fluir.

Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831
(Adaptado do original de Gustavo Tanaka)




(Para atendimento clínico na cidade de Porto Alegre, favor mandar email para meldeluz@hotmail.com ou entrar em contato através do messenger do facebook)