Dentre as mais variadas IMAGENS
ARQUETÍPICAS DO FEMININO E DA GRANDE MÃE também encontramos...
OXUM, a Rainha do Amor!
OXUM, a Rainha do Amor!
Conta o mito que
quando todos os orixás chegaram à Terra, organizaram reuniões onde as mulheres
não eram admitidas. Oxum ficou tão aborrecida por ser posta de lado e não poder
participar, que tornou as mulheres estéreis e impediu que as atividades
desenvolvidas pelos deuses chegassem a resultados favoráveis. Desesperados, os
orixás dirigiram-se a Olorum em busca de ajuda. Ele explicou aos deuses que sem
a presença de Oxum, com seu poder sobre a fecundidade, nenhum empreendimento
poderia dar certo. Então, os orixás convidaram Oxum a participar dos trabalhos,
o que ela acabou aceitando depois de muita insistência. E a seguir, todas as
mulheres tornaram-se novamente fecundas e todos os projetos dos orixás
obtiveram bons resultados.
Na mitologia
africana, OXUM é a deusa do Amor, está ligada à abundância e à fertilidade,
propiciando a fecundidade a tudo que tem possibilidade de crescer. Rainha das
águas doces e frescas, dos rios e das cachoeiras, distribui riquezas e rege com
sabedoria o reino da fertilidade e das gestações. Como diz no mito, sem ela não
é possível levar a cabo qualquer empreendimento. Oxum enaltece os atributos
femininos, tem orgulho do poder fecundador das mulheres e da sua capacidade de
gerar. É bela e cultiva a vaidade e a beleza como atributos do poder feminino.
Um de seus símbolos é o espelho, no qual ela toma consciência da sua beleza. Ao
percebe-la, compreende seu poder de sedução e sua utilidade. Por isso, além de
usar o espelho como reflexo de sua beleza, Oxum também passa a usa-lo como
escudo. O espelho, quando invertido, cega e paralisa os inimigos. O que
significa que a beleza, como atributo feminino, pode ser usada com mais de um
propósito: estar à serviço de Eros (o Amor) ou estar à serviço de sua sombra (o
Poder), tornando-se uma arma sedutora que prende e cega.
Oxum representa o
tipo de mulher que usa seus atributos femininos para conquistar os homens: a
voz doce e suave, o sorriso e a alegria dengosa. É uma mulher que se mostra
sensual, volúvel e inconstante. Está sempre atrás de coisas novas e
imprevistas, sempre em busca de mudanças e transformações, ao mesmo tempo em
que pode se mostrar calma e tranquila. Os homens geralmente caem vítimas da sua
sedução, e ela faz o que quer através desse poder. Tem grande habilidade nas
artes eróticas, fazendo um paralelo perfeito com a Afrodite da mitologia grega.
Quando dança, expressa o prazer de ser sensual, bonita e desejada.
Oxum também é a
protetora das mulheres gestantes e das crianças. Está ligada àquelas qualidades
e dinamismos femininos que pertencem aos mistérios do nascimento e renascimento.
Por isso, representa as qualidades femininas primordiais ligadas à origem da
consciência, o feminino mais puro e natural. E, por ser assim, possui uma
grande força energética instintiva, o domínio sobre si mesma, não admitindo ser
controlada. A única submissão possível é à natureza e ao seu próprio poder.
Oxum está associada
à natureza feminina instintiva, que se expressa em toda a sua espontaneidade e
ausência de limites e de controle. É a feminilidade em si mesma, que não está
sob o domínio ou a regência do masculino, do Logos ou do patriarcado. É como se
ela fosse a vegetação, que se alastra em sua expansão natural. Assim é o
principio feminino, que rege a si próprio, de acordo com a sua essência. É
livre, não pode ser preso, enquadrado ou possuído. É a mulher dona de si mesma,
orgulhosa de sua feminilidade, que não admite que a tomem como posse e que se
orienta, essencialmente, por princípios internos e não por controle ou regras
externas.
Quando o arquétipo
representado por Oxum manifesta-se em nossas vidas, tanto no homem quanto na mulher, ele nos brinda com os melhores atributos femininos, representados pela doçura do mel e pelo frescor de suas águas. Oxum é tranquilidade, leveza, criatividade, imaginação fecunda, alegria de viver, sensualidade, sedução, espontaneidade, fertilidade, abundância, amabilidade e capacidade de gerar e desfrutar os prazeres da vida.
ORA YÈYÉ O!!!
Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga -
CRP O713831
Atende em
Porto Alegre - RS
Ref.: CAVALCANTI,
Raissa. O Casamento do Sol com a Lua. São Paulo: Circulo do Livro, 1990. JUNG,
Carl Gustav Jung. Memórias, Sonhos, Reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2OOO. MOURÃO, Hellen Reis. Oxum, a Afrodite afro-brasileira. Disponível no site
Café com Jung: www.cafecomjung.com
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