sábado, 19 de agosto de 2017

Nossos parceiros invisíveis...





Os homens costumam pensar e julgar-se apenas como homens e as mulheres apenas como mulheres, mas os fatos psicológicos mostram que dentro de todo homem existe o reflexo de uma mulher, e dentro de cada mulher existe o reflexo de um homem. Jung chamou esses opostos de Anima e Animus. 


Anima seria o componente feminino que existe na personalidade do homem, e o animus o componente masculino que existe na personalidade da mulher. Eles personificam a minoria de genes femininos ou masculinos existentes dentro de nós. O ego, na sua evolução psicológica habitual, identifica-se com a qualidade masculina ou feminina do corpo e, assim, a outra parte se transforma numa função inconsciente. Esses fatores psíquicos são geralmente projetados, os vemos fora de nós, como se fizesse parte da outra pessoa e nada tivesse a ver conosco. 

Nós fazemos isso de forma inconsciente. 

Isso tem implicações importantes para o relacionamento entre os sexos, pois cada um projeta sobre o outro sua qualidade inconsciente. A pessoa que carrega a projeção nos atrairá ou nos causará repulsa, da mesma forma que um imã. 

Quando um homem e uma mulher projetam ao mesmo tempo suas imagens positivas sobre o outro, temos aquele estado aparentemente perfeito de estarem apaixonados! 

Porém, eles não estão se vendo como realmente são, mas como desejam que o outro seja. E está aí o fato do porque relacionamentos exclusivamente baseados na paixão não duram. As projeções positivas diminuem sua intensidade com o tempo, e o ser humano real que está diante de nós começa a aparecer de verdade.

As projeções de anima e animus em si não são boas nem más. Na verdade, elas são inevitáveis! O que fazemos com elas é que deve ser levado em conta, pois toda vez que ocorrem surge para nós uma excelente oportunidade de conhecermos o nosso mundo interior.




Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831


Ref: SANFORD, John A. Os Pareceiros Invisíveis: o masculino e o feminino dentro de cada um de nós. São Paulo: Paulus, 1987.


(Para atendimento clínico na cidade de Porto Alegre, favor mandar email para meldeluz@hotmail.com ou entrar em contato através do messenger do facebook www.facebook.com/Psycodrops )

domingo, 13 de agosto de 2017

A Paternidade nos dias atuais



A participação ativa dos pais na criação dos filhos é um movimento crescente, mas ter pai presente ainda é, infelizmente, um luxo para a maioria. No Brasil, em torno de 6 milhões de crianças não tem o nome do pai na certidão. Outras têm o nome, mas o pai abandou a família ou não são nem um pouco participativos. Por isso, precisamos falar e incentivar os homens a repensarem o seu papel.

Para além do âmbito subjetivo, ainda existem muitos sinais sociais que excluem o pai da participação na vida dos filhos, por exemplo: licença paternidade de apenas 5 dias, inexistência de fraldários em banheiros masculinos, de bonecas que dizem “papai”, além dos recados escolares que são sempre dirigidos às mães, sendo estas as que normalmente participam das reuniões e eventos escolares.

Já é de conhecimento da maioria que a ausência paterna prejudica o desenvolvimento e estruturação da personalidade da criança, mas não é só ela a prejudicada. À mulher cabe todo o peso e responsabilidade sobre a criação dos filhos, e o homem, por sua vez, deixa de desenvolver uma parte importante do seu papel no mundo, incluindo a manifestação dos seus afetos e o desenvolvimento de uma maior maturidade emocional.

Precisamos refletir sobre o que entendemos sobre paternidade nos dias atuais, pois esta não se resume apenas à participação genética, DNA ou sobrenome. Ser pai é estar presente, participar da criação e da rotina dos filhos e de cada dificuldade que se apresenta. Em um mundo em que as mulheres também se tornaram provedoras, é preciso que os homens também aprendam a se tornarem cuidadores.

Como disse Marcos Piangers, pai precisa ser muito mais do que um "pai de selfie": tirar fotos, postar nas redes sociais, ganhar muitas curtidas e só.

Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831

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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Deixa a tristeza falar...




Há certos momentos em que nos sentimos tristes e tudo o que queremos é ficar em silêncio e manter um certo isolamento da sociedade. E não há nenhum mal nisso. Nós não somos seres estáticos, robóticos, que possuem apenas um tipo de emoção. Somos seres vivos, mutantes, vivendo e convivendo com as mais diversas situações e pessoas todos os dias. E, nesse contexto, as emoções fluem, se transformam. 


Não é fácil estar triste, não é fácil aceitar esse estado de espírito na nossa vida. E, em uma sociedade que nos obriga constantemente a expor uma felicidade nem sempre genuína, admitir a própria tristeza é praticamente um ato de coragem. No entanto, a tristeza é um sentimento natural, faz parte da vida. É preciso respeita-la, dar-lhe ouvidos. Ela tem muito a nos ensinar, porque é ela quem nos orienta a sair de uma situação que não está nos fazendo bem. 

Menosprezar nossas emoções e sentimentos, vestindo máscaras, só contribui para gerar ainda mais conflitos internos e dificuldades em se sentir bem, incluindo a possível manifestação de sintomas físicos. 

Por isso, precisamos reconhecer e enfrentar tudo aquilo que se encontra dentro de nós. Fugir só adia os problemas, não os soluciona. Quanto mais um conteúdo emocional é reprimido, mais ele cria raízes e mais forte ele se torna. Lembrando também que o diálogo e o contato com a natureza são excelentes remédios.






Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831


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Ref: MEDEIROS, Nath. Respeite a sua Tristeza. Disponível em http://www.contioutra.com/respeite-sua-tristeza/