A participação ativa dos pais na criação dos filhos é um movimento crescente, mas ter pai presente ainda é, infelizmente, um luxo para a maioria. No Brasil, em torno de 6 milhões de crianças não tem o nome do pai na certidão. Outras têm o nome, mas o pai abandou a família ou não são nem um pouco participativos. Por isso, precisamos falar e incentivar os homens a repensarem o seu papel.
Para além do âmbito subjetivo, ainda existem muitos sinais sociais que excluem o pai da participação na vida dos filhos, por exemplo: licença paternidade de apenas 5 dias, inexistência de fraldários em banheiros masculinos, de bonecas que dizem “papai”, além dos recados escolares que são sempre dirigidos às mães, sendo estas as que normalmente participam das reuniões e eventos escolares.
Já é de conhecimento da maioria que a ausência paterna prejudica o desenvolvimento e estruturação da personalidade da criança, mas não é só ela a prejudicada. À mulher cabe todo o peso e responsabilidade sobre a criação dos filhos, e o homem, por sua vez, deixa de desenvolver uma parte importante do seu papel no mundo, incluindo a manifestação dos seus afetos e o desenvolvimento de uma maior maturidade emocional.
Precisamos refletir sobre o que entendemos sobre paternidade nos dias atuais, pois esta não se resume apenas à participação genética, DNA ou sobrenome. Ser pai é estar presente, participar da criação e da rotina dos filhos e de cada dificuldade que se apresenta. Em um mundo em que as mulheres também se tornaram provedoras, é preciso que os homens também aprendam a se tornarem cuidadores.
Como disse Marcos Piangers, pai precisa ser muito mais do que um "pai de selfie": tirar fotos, postar nas redes sociais, ganhar muitas curtidas e só.
Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831
(Para atendimento clínico na cidade de Porto Alegre, favor mandar email para meldeluz@hotmail.com ou entrar em contato através do messenger do facebook)
Nenhum comentário:
Postar um comentário