sexta-feira, 22 de julho de 2016

Qual é o seu tipo?




Carl Gustav Jung é conhecido como um dos maiores psicólogos do século XX. Foi um dos autores que mais estudou a personalidade humana, interessado e preocupado com as relações do homem com o mundo externo e com a comunicação entre as pessoas. Uma das suas contribuições mais fundamentais nesse sentido, fruto de mais de 20 anos de observação no exercício da Medicina Psiquiátrica e da Psicologia Prática, foi o entendimento da tipologia humana.

Muito provavelmente você já deve ter usado em seu vocabulário, as expressões extrovertido ou introvertido para se referir a alguém. Mas você sabe realmente o que é ser um introvertido ou um extrovertido?

Segundo Jung, nós podemos nos expressar e reagir às circunstâncias através desses dois tipos de atitude. Nós podemos estar mais interessados e focar nossa atenção no mundo objetivo, dos fatos e das pessoas, naquilo que se encontra fora de nós (extroversão). Ou podemos estar mais interessados e focar nossa atenção no mundo subjetivo, nosso mundo interno, aquilo que existe dentro de nós (introversão). Cada disposição é fruto da nossa adaptação natural no modo de se relacionar com o mundo, semelhante à preferência pelo uso da mão direita ou da mão esquerda.

A introversão e a extroversão são duas atitudes naturais e antagônicas entre si. Uma é o oposto da outra. Enquanto o introvertido encarrega-se da reflexão, o extrovertido encarrega-se da iniciativa e da ação prática. Por exemplo, o introvertido é aquela pessoa que fica mais quieta, “na dela” e que muitas vezes é rotulada como tímida. Ela parece uma pessoa “aérea” e com os pensamentos sempre longe. O introvertido prefere ficar sozinho, ou então ficar com as pessoas que ele realmente conhece e tem intimidade. Se ele for fazer uma festa, vai ser no máximo com seus amigos mais próximos. O introvertido é discreto, não demonstra reação em determinadas situações e pensa muito antes de falar. Normalmente tem facilidade para se expressar no campo da escrita. Para ele vale muito mais o que sente diante das situações, do que as situações em si.

Os extrovertidos, ao contrário. Preferem uma festa com muitas pessoas, pois gostam de estar na multidão. São impulsivos e tendem primeiro a agir para depois pensar sobre o fato. São extremamente comunicativos, sociáveis e com facilidade de se expressar oralmente. Vão confiantes ao encontro das pessoas e das situações e tem mais facilidade de se adaptar às condições externas do que o introvertido. O mundo externo é o eixo norteador dos acontecimentos da sua vida, e ele não costuma dar muito valor ao seu mundo interno. O que importa é o que está acontecendo lá fora e ele vive de acordo com os padrões e exigências dessa realidade. O extrovertido necessita do mundo exterior para se auto-expressar, para se sentir vivo.

Normalmente, as circunstâncias externas e o nosso estado interior nos encorajam a funcionar de um jeito ou de outro e aquele que prevalece, define o nosso tipo. Porém, nós não somos destinados a manter a mesma atitude durante toda a nossa existência. Pelo contrário, introversão e extroversão podem trocar de lugar vez ou outra, até porque elas se compensam. É o que acontece, por exemplo, na chamada crise da meia-idade, na qual é comum vermos pessoas que eram muito introvertidas ficarem mais extrovertidas e vice-versa.

Nesse sentido, ninguém é totalmente introvertido ou totalmente extrovertido. Embora possamos estar mais inclinados a viver nossa vida consciente como um introvertido ou um extrovertido, nossa mente inconsciente tem a tendência a virar para o lado oposto. De vez em quando, essa atitude inconsciente pode abrir caminho e compensar a nossa unilateralidade. Do contrário, nenhum de nós conseguiria enfrentar as constantes e mutáveis experiências da vida e viveríamos debaixo de uma insuportável tensão mental.


Por Melissa Samrsla Brendler
Psicóloga - CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS


Nenhum comentário:

Postar um comentário