segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

THE DARK SIDE OF THE MOON - A Obra-prima do Pink Floyd segundo a Psicologia Junguiana (parte 1)

O psicólogo Fábio Massao Yabuschita, formado pela Universidade Federal do Paraná e especialista em Saúde Mental, escreveu um livro muito interessante chamado THE DARK SIDE OF THE MOON - A Obra-prima do Pink Floyd segundo a Psicologia Junguiana (ed. Dracaena). O livro faz uma análise psicológica de um dos mais importantes discos de todos os tempos, o antológico The Dark Side of Moon, da banda inglesa Pink Floyd.


Fundamentado na psicologia de C.G. Jung, o livro mostra o disco de uma forma diferente, buscando desvelar o sentido do lado oculto da Lua e seu significado no contexto da obra, enquanto expressão dos dramas e conflitos que afligem o homem contemporâneo.

A partir da leitura que fiz, elaborei diversos textos resumidos e adaptados dos capítulos que compõem o livro. Eles serão publicados em sequência aqui no blog. Então, se você é amante do Pink Floyd e quer se aprofundar um pouco mais, não perca! 

A seguir, vamos começar com um panorama geral, conhecendo um pouco da história do Pink Floyd e também do The Dark Side of the Moon, a partir deste ponto de vista psicológico.



O Pink Floyd




Quando Jung morreu em 1961, os membros do Pink Floyd ainda eram jovens adolescentes, e talvez não imaginassem que em pouco tempo formariam uma banda de rock que se tornaria uma das mais importantes e influentes de todos os tempos.

Isso aconteceu em Londres, em 1965, quando Syd Barret juntou-se a Rogers Waters, Nick Mason e Richard Wright para formarem o Pink Floyd, numa época de efervescência cultural e profundas transformações pelo mundo, que atingiram seu ápice no final dos anos 60, coincidindo coma chegada do homem à Lua.

Considerada uma banda inovadora, reconhecida pela magnitude de sua obra, o Pink Floyd sempre abordou temas nada convencionais para o cenário musical, como a loucura e a insanidade.

Em 67, o grupo lançou seu primeiro disco, The Piper at the Gates of Dawn, tendo como mentor criativo o então guitarrista Syd Barret, que em pouco tempo deixaria a banda devido a problemas mentais, possivelmente esquizofrenia. Em 68 Syd Barret foi substituído definitivamente por David Gilmour. Porém, mesmo afastado, seria lembrado e homenageado pelos colegas em discos posteriores. The Dark Side of the Moon é um exemplo disso.

Nos anos 70, o Pink Floyd produziu álbuns antológicos, como The Wall, desenvolvendo temas de matizes psicológicas e existenciais. Como poucas vezes se viu, a natureza humana, com todos os seus conflitos e angústias, foi abordada na esfera do rock.

O êxito alcançado pelos seus discos foi surpreendente, alcançando patamares incontestáveis.

Porém, em 86, Roger Waters, seu principal compositor deixou o grupo. Com David Gilmour à frente, o Pink Floyd ainda gravaria mais dois discos.

Em 2006, após uma vida reclusa e devotada à pintura, Syd Barret morreu. Dois anos depois, em 2008, foi Richard Wright que nos surpreendeu com sua partida.

Mesmo sem um anúncio oficial, somos levados a acreditar que tudo acabou. Como “a fumaça de um barco distante no horizonte”, o Pink Floyd já não existe mais...



O The Dark Side of the Moon

O disco lançado em 1973 é considerado inovador em vários aspectos, se constituindo como uma verdadeira obra-prima do gênero. The Dark Side of the Moon se enquadra naquilo que ficou conhecido como ‘álbum conceitual’, formato de disco que aborda temas específicos através de músicas que se relacionam entre si, lhe conferindo unidade e coerência temática. Suas letras foram escritas por Roger Waters que procurou abordar temas atuais e universais presentes no imaginário do homem moderno. Nas palavras dele:




The Dark Side of the Moon tem como tema central a loucura e tudo aquilo que de algum modo se relaciona a ela, como a alienação, a ambição e a violência. Em termos psicológicos, todas essas experiências são vivenciadas através do inconsciente, instância psíquica relacionada ao simbólico e ao criativo, mas que, ao ser ignorado ou desprezado como algo inferior ou sem importância, assume as feições do medo ou de um vazio perturbador. Essa é a face oculta da Lua, o outro lado do inconsciente que se manifesta nas mais variadas formas de insanidade.

A Lua é símbolo do inconsciente, princípio e origem das experiências primordiais, e também uma imagem do feminino e de tudo aquilo que está relacionado ao irracional e ao desconhecido. Esses elementos se tornam a fonte dos sentimentos místicos e religiosos, a raiz dos sonhos reveladores e das experiências emocionais que conferem sentido à vida humana.

O seu pólo oposto é o Sol, a imagem do masculino, que representa o eu e a razão, a clareza e tudo aquilo que há de consciente e lógico no ser humano.

Assim, a vida em sua completude e totalidade deveria contemplar e equilibrar ambos os aspectos: buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, o masculino e o feminino, o dia e a noite, o bem e o mal, o subjetivo e o objetivo. Ou seja, buscar simbolicamente a união entre o Sol e a Lua.



Ocorre, porém, que a excessiva valorização da racionalidade e do ego pensante levou ao progressivo distanciamento do inconsciente, que foi relegado às sombras. A possibilidade de um desejável equilíbrio entre luz e trevas foi ofuscada pelo brilho intenso de uma consciência unilateral que favoreceu o materialismo e a visão egocêntrica do mundo.

A reação a este processo foi a irrupção e manifestação do inconsciente em seu aspecto potencialmente destrutivo e ameaçador, a exemplo do que ocorre nas guerras e psicopatologias do mundo moderno. Esta é a visão terrificante do lado oculto da Lua, as nuvens famintas que se movem nas profundezas.





Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS



Fonte: Yabuschita, Fábio Massao. The Dark Side of The Moon, a obra-prima do Pink Floyd segundo a Psicologia Junguiana. Editora Dracaena.

4 comentários:

  1. Com certeza the dark side of the moon é uma obra imortal onde se todos os seres homanos o escutacem com atenção em seu conteúdo mudariamos a forma de penssar e agir, mudariamos o mundo,estariamos a 1000 anos na frente, deichariamos de ser tão pequeno,egoístas e estúpidos perante a humanidade.

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    1. É verdade Dvj wesley Hits! Escutar e pôr em prática! Um abraço pra você!

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  2. Melissa, vim aqui para agradecer mais uma vez pelo espaço e atenção, que muito me honrou, e aproveitar a oportunidade para divulgar aos leitores do seu site o meu novo livro, The Piper at the Gates of Dawn e as Imagens Alquímicas de Syd Barrett (disponível em e-book na Saraiva).
    Obrigado!!!

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    1. Legal Fabio Massao! Já está na minha lista e vou ajudar a divulga-lo! Obrigada mais uma vez! Grande abraço.

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