O psicólogo Fábio
Massao Yabuschita, formado pela
Universidade Federal do Paraná e especialista em Saúde Mental, escreveu um livro muito interessante chamado THE DARK SIDE OF THE MOON - A Obra-prima do Pink Floyd segundo a Psicologia Junguiana (ed. Dracaena). O livro faz uma análise psicológica de um dos mais importantes discos de todos os tempos, o antológico The Dark Side of Moon, da banda inglesa Pink Floyd.
Fundamentado na psicologia de C.G. Jung, o livro mostra o disco de uma forma diferente, buscando desvelar o sentido do lado oculto da Lua e seu significado no contexto da obra, enquanto expressão dos dramas e conflitos que afligem o homem contemporâneo.
A partir da leitura que fiz, elaborei diversos textos resumidos e adaptados dos capítulos que compõem o livro. Eles serão publicados em sequência aqui no blog. Então, se você é amante do Pink Floyd e quer se aprofundar um pouco mais, não perca!
A seguir, vamos começar com um panorama geral, conhecendo um pouco da história do Pink Floyd e também do The Dark Side of the Moon, a partir deste ponto de vista psicológico.
O Pink Floyd
Quando Jung morreu em 1961, os membros do Pink Floyd ainda
eram jovens adolescentes, e talvez não imaginassem que em pouco tempo formariam
uma banda de rock que se tornaria uma das mais importantes e influentes de
todos os tempos.
Isso
aconteceu em Londres, em 1965, quando Syd Barret juntou-se a Rogers Waters,
Nick Mason e Richard Wright para formarem o Pink Floyd, numa época de
efervescência cultural e profundas transformações pelo mundo, que atingiram seu
ápice no final dos anos 60, coincidindo coma chegada do homem à Lua.
Considerada uma banda inovadora,
reconhecida pela magnitude de sua obra, o Pink Floyd sempre abordou temas nada
convencionais para o cenário musical, como a loucura e a insanidade.
Em 67, o grupo lançou seu primeiro
disco, The Piper at the Gates of Dawn, tendo como mentor criativo o
então guitarrista Syd Barret, que em pouco tempo deixaria a banda devido a
problemas mentais, possivelmente esquizofrenia. Em 68 Syd Barret foi
substituído definitivamente por David Gilmour. Porém, mesmo afastado, seria
lembrado e homenageado pelos colegas em discos posteriores. The Dark Side of
the Moon é um exemplo disso.
Nos anos 70, o
Pink Floyd produziu álbuns antológicos, como The Wall, desenvolvendo
temas de matizes psicológicas e existenciais. Como poucas vezes se viu, a
natureza humana, com todos os seus conflitos e angústias, foi abordada na
esfera do rock.
O êxito alcançado pelos seus discos
foi surpreendente, alcançando patamares incontestáveis.
Porém, em 86, Roger Waters, seu
principal compositor deixou o grupo. Com David Gilmour à frente, o Pink Floyd
ainda gravaria mais dois discos.
Em 2006, após uma vida reclusa e devotada à pintura, Syd Barret morreu. Dois anos depois, em 2008, foi Richard Wright que nos surpreendeu com sua partida.
Mesmo sem um anúncio oficial, somos levados a acreditar que tudo acabou. Como “a fumaça de um barco distante no horizonte”, o Pink Floyd já não existe mais...
Em 2006, após uma vida reclusa e devotada à pintura, Syd Barret morreu. Dois anos depois, em 2008, foi Richard Wright que nos surpreendeu com sua partida.
Mesmo sem um anúncio oficial, somos levados a acreditar que tudo acabou. Como “a fumaça de um barco distante no horizonte”, o Pink Floyd já não existe mais...
O The Dark Side of the Moon
O disco lançado em 1973 é considerado inovador em
vários aspectos, se constituindo como uma verdadeira obra-prima do gênero. The
Dark Side of the Moon se enquadra naquilo que ficou conhecido como
‘álbum conceitual’, formato de disco que aborda temas específicos através de
músicas que se relacionam entre si, lhe conferindo unidade e coerência
temática. Suas letras foram escritas por Roger Waters que procurou abordar
temas atuais e universais presentes no imaginário do homem moderno. Nas
palavras dele:
The
Dark Side of the Moon tem como tema central a loucura e tudo aquilo que de
algum modo se relaciona a ela, como a alienação, a ambição e a violência. Em
termos psicológicos, todas essas experiências são vivenciadas através do
inconsciente, instância psíquica relacionada ao simbólico e ao criativo, mas
que, ao ser ignorado ou desprezado como algo inferior ou sem importância,
assume as feições do medo ou de um vazio perturbador. Essa é a face oculta da Lua, o outro lado do inconsciente
que se manifesta nas mais variadas formas de insanidade.
A Lua
é símbolo do inconsciente, princípio e origem das experiências primordiais, e também
uma imagem do feminino e de tudo aquilo que está relacionado ao irracional e ao
desconhecido. Esses elementos se tornam a fonte dos sentimentos místicos e
religiosos, a raiz dos sonhos reveladores e das experiências emocionais que
conferem sentido à vida humana.
O seu
pólo oposto é o Sol, a imagem do masculino, que representa o eu e a razão, a
clareza e tudo aquilo que há de consciente e lógico no ser humano.
Assim,
a vida em sua completude e totalidade deveria contemplar e equilibrar ambos os
aspectos: buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, o masculino e o
feminino, o dia e a noite, o bem e o mal, o subjetivo e o objetivo. Ou seja,
buscar simbolicamente a união entre o Sol e a Lua.
Ocorre,
porém, que a excessiva valorização da racionalidade e do ego pensante levou ao
progressivo distanciamento do inconsciente, que foi relegado às sombras. A
possibilidade de um desejável equilíbrio entre luz e trevas foi ofuscada pelo
brilho intenso de uma consciência unilateral que favoreceu o materialismo e a
visão egocêntrica do mundo.
A
reação a este processo foi a irrupção e manifestação do inconsciente em seu
aspecto potencialmente destrutivo e ameaçador, a exemplo do que ocorre nas
guerras e psicopatologias do mundo moderno. Esta é a visão terrificante do lado
oculto da Lua, as nuvens famintas que se movem nas profundezas.
Por Melissa Samrsla Brendler
CRP 07/13831
Atende em Porto Alegre/RS
Fonte: Yabuschita, Fábio Massao. The Dark Side of The Moon, a obra-prima do Pink Floyd segundo a Psicologia Junguiana. Editora Dracaena.
Com certeza the dark side of the moon é uma obra imortal onde se todos os seres homanos o escutacem com atenção em seu conteúdo mudariamos a forma de penssar e agir, mudariamos o mundo,estariamos a 1000 anos na frente, deichariamos de ser tão pequeno,egoístas e estúpidos perante a humanidade.
ResponderExcluirÉ verdade Dvj wesley Hits! Escutar e pôr em prática! Um abraço pra você!
ExcluirMelissa, vim aqui para agradecer mais uma vez pelo espaço e atenção, que muito me honrou, e aproveitar a oportunidade para divulgar aos leitores do seu site o meu novo livro, The Piper at the Gates of Dawn e as Imagens Alquímicas de Syd Barrett (disponível em e-book na Saraiva).
ResponderExcluirObrigado!!!
Legal Fabio Massao! Já está na minha lista e vou ajudar a divulga-lo! Obrigada mais uma vez! Grande abraço.
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